O Porto Maravalley, marco na transformação do Rio em um polo de inovação, está completando um ano neste mês de abril. O espaço, que hoje abriga mais de 40 empresas e reúne cerca de 200 trabalhadores do setor, é um importante centro de desenvolvimento de startups, para a atração de empresas e investidores e para a formação de talentos em tecnologia. Agora, representantes do TI Rio e o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Osmar Lima, vêm conversando com o intuito de discutir iniciativas para impulsionar a inovação e o apoio às empresas de tecnologia. “Nosso intuito é construir um ambiente favorável ao crescimento do setor na cidade”, diz o presidente do TI Rio, Alberto Blois.

Osmar Lima vê a aproximação como muito positiva. “O TI Rio desempenha um papel fundamental na defesa dos interesses do setor de tecnologia e inovação. Essa parceria fortalece o ambiente regulatório e institucional do setor no município. O poder público não consegue fazer tudo sozinho. O prefeito Eduardo Paes compreende bem isso e por isso as parcerias com o setor privado são tão importantes nessa gestão. Assim, podemos realizar mais e criar um ambiente de negócios melhor para as empresas, contribuindo para um ecossistema mais atrativo para novos investimentos”, vislumbra o Secretário de Desenvolvimento Econômico.
Entre as propostas que estão sendo debatidas estão ações nos eixos de desenvolvimento econômico regional, de qualificação profissional e de inovação. A expansão de benefícios fiscais oferecidos às empresas do Maravalley para todas as empresas de base tecnológica do Centro antigo é uma das ideias apresentadas pelo TI Rio. “Acreditamos que seja uma forma de reativar o Centro da nossa cidade, já que o Rio é uma das cidades-referência do segmento tecnológico”, explica Blois. De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, “a proposta está sendo analisada com atenção, dentro do compromisso da Prefeitura em fortalecer o ecossistema de inovação e impulsionar a economia do Centro”.

Outro aspecto fundamental para o desenvolvimento econômico diz respeito às linhas de financiamento público-privado para solucionar contrapartidas negativas, voltadas às empresas de pequeno porte. Lima diz entender a importância de apoiar as empresas de pequeno porte, “especialmente as que têm grande potencial, mas enfrentam dificuldades financeiras. Sempre buscamos explorar diferentes alternativas, incluindo parcerias público-privadas, que possam ajudar a viabilizar esses negócios.”
Do encontro entre as partes também foi ventilada a criação de um canal de comunicação mais eficiente entre os setores público e privado, visando a colaboração e o apoio mútuo no sentido de melhor divulgar os editais de compra junto às empresas de tecnologia do Rio de Janeiro. “A proposta está alinhada ao interesse da Prefeitura em ampliar a participação das empresas locais nos processos de contratação. Facilitar o acesso às informações sobre os editais é um ponto importante e a Secretaria está aberta ao diálogo para avaliar formas de tornar essa comunicação mais ágil e eficiente”, afirma Lima.
Desenvolvimento de talentos
O mapeamento do RH das empresas de TI de 2024, do TI Rio em parceria com a Fábrica de Cursos e a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC Rio), apontou, entre outras coisas, para a necessidade de investimento na criação de novos talentos, de qualificação e retenção de profissionais mais jovens e de formação de profissionais que dominem as tecnologias emergentes, essenciais para o crescimento e inovação no setor de TI. A formação e qualificação profissional também estão no radar da Prefeitura. “O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), referência mundial em matemática, já iniciou sua graduação em Matemática da Tecnologia e Inovação, para formar profissionais altamente qualificados. Já são 162 alunos estudando. Além disso, o Rio Energy Bay (REB) – resultado de um programa do MIT REAP (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que visa o desenvolvimento e aceleração locais, com foco em inovação e tecnologia – está à frente da gestão do hub, promovendo a consolidação do ecossistema de inovação, eventos de tecnologia e a integração entre educação, pesquisa e negócios”, salienta Lima.

Um aspecto discutido entre os representantes do TI Rio e o Secretário de Desenvolvimento Econômico é a possibilidade de profissionais oriundos de projetos da Prefeitura realizarem uma residência de 4 meses em empresas da área como forma de inserir os futuros profissionais neste mercado de trabalho. “A qualificação e retenção de talentos são temas centrais para o fortalecimento do setor de tecnologia, e iniciativas que promovam a inserção de jovens profissionais no mercado são sempre bem-vindas. A proposta apresentada está sendo analisada dentro das diretrizes da Prefeitura para o desenvolvimento de capital humano e a aproximação entre educação e mercado de trabalho. Seguimos em diálogo com o setor para avaliar caminhos que possam contribuir para a formação e absorção desses profissionais”, diz o representante da pasta.

O Secretário Osmar Lima lembra que “desde o mandato anterior, o prefeito Eduardo Paes quer transformar a cidade do Rio na Capital da Inovação e Tecnologia da América Latina, porque a área é estratégica para o desenvolvimento econômico da cidade, como ocorre com outras grandes metrópoles ao redor do mundo. A Secretaria segue trabalhando para fortalecer o setor. Por isso, estamos avaliando alternativas para avançar em projetos que impulsionem ainda mais esse ecossistema no Rio.”