Do dado ao futuro: Painel do TI Rio traduz resultado de pesquisa e inspira jovens no SENAC Rio Summit 2025

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Sonhar exige matéria-prima. E, muitas vezes, a matéria-prima do sonho é o contato com algo novo, uma ideia que ilumina, um caminho que não estava no mapa. Quando o horizonte se amplia, as possibilidades se expandem. Foi com essa potência que o TI Rio encontrou jovens no SENAC RioSummit 2025.

O painel do TI Rio no evento extrapolou a apresentação dos resultados da Pesquisa RH TI Rio 2025. Com a participação de dois dos especialistas que atuaram na construção e análise da pesquisa, Sylvia Meirelles, CEO da Fábrica de Cursos e diretora do TI Rio, e Eduardo Marques, consultor de RH e especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional, mediada por Gabriel Pinto, gerente de Inovação do Senac RJ, a conversa tornou-se um momento de encontro real entre o que as empresas buscam e o que os jovens anseiam. Foi um espaço de troca, orientação e pertencimento.

Ao discutir as competências que moldam o futuro do trabalho, os especialistas destacaram a importância crescente das soft skills. Empatia, comunicação, capacidade de trabalhar em equipe, disposição para aprender continuamente e lidar com mudanças apareceram como pilares fundamentais para quem deseja ingressar na área de tecnologia. Mais do que técnicas e ferramentas, o painel reforçou que comportamento, atitude e curiosidade são as chaves para se destacar em um setor que valoriza pessoas capazes de colaborar, pensar criticamente e evoluir junto com o time.

Dados que encontram pessoas

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“Agora estamos do lado de cá, levando esses dados para quem vai entrar no mercado”

Eduardo destacou a experiência de falar diretamente com jovens que, em breve, serão parte do mercado mapeado pela pesquisa. Ele disse: “A gente fez a pesquisa ouvindo as empresas, entendendo suas dores, necessidades e desafios. E agora estamos do lado de cá, levando esses dados para os jovens, que muito em breve estarão nesse mercado. Foi muito importante trocar com eles e ouvir seus anseios, dúvidas e expectativas”.

Para ele, a palestra fez exatamente o que o ecossistema de tecnologia mais precisa: conectar as pontas. “Apresentar os desafios, o que as empresas estão buscando… isso conecta diretamente jovens que estão buscando empregabilidade e empresas que querem jovens qualificados. O match é perfeito.”

Eduardo observou que a maior parte das perguntas feitas durante e depois da palestra girou em torno de capacitação. “A dúvida mais comum foi onde eu estudo, como me mantenho atualizado. Capacitação ainda é o maior desafio. Educação é a chave. Educação acessível e inclusiva. Levar isso para essa geração é fundamental.”

“É muito satisfatório ver que a pesquisa pode impactar um público que está começando agora”

Sylvia valorizou o contato direto com jovens que estão ingressando ou ainda decidindo como começar suas carreiras. Ela afirmou: “É um público jovem, muita gente que está começando ou nem começou ainda. É muito satisfatório ver que a pesquisa pode impactar esse público. A gente consegue, com indicadores, sugerir caminhos e orientar estratégias.”

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Assim que o painel terminou, ela foi cercada por estudantes pedindo dicas, links, orientações e contatos. Sylvia contou: “Eles queriam saber sobre cursos gratuitos, trilhas da PUC, Harvard, várias plataformas. Outros pediam quase uma mentoria: sigo por aqui, sigo por ali, como ganho experiência sendo júnior. É muito bom poder contribuir.”

Ela enfatizou que estudo e relacionamento são elementos que caminham juntos. “Ensinei a eles que relacionamento é um ativo. Cultivem as redes, cuidem delas, conversem com as pessoas. Isso transforma carreiras. A gente estuda a vida inteira, então escolha algo que você goste, porque curiosidade alimenta o estudo e o estudo constrói prosperidade. Não é simples, mas facilita muito quando você encontra um caminho que tem sentido para você.”

Sylvia completou dizendo que esses momentos também ensinam: “Poder trocar com esse pessoal é muito enriquecedor. A gente aprende muito e poder dar um pouco de gás nessa fase que é tão incerta para eles foi especial”.

Vozes da plateia

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“Vim por causa do meu filho”: Cátia, 40 anos, técnica de enfermagem e estudante de gastronomia

Cátia foi direta: “Eu vim sem entender nada de TI. Vim por causa do meu filho.”
Seu filho, de 14 anos, quer seguir carreira em tecnologia e, segundo ela, não havia se animado para assistir. Então, ela foi no lugar dele. “Queria assistir para passar pra ele o que fosse dito. Ele viu pelo YouTube porque eu pedi.”

Para Cátia, a palestra trouxe conhecimento, clareza e esperança. “Aprendi muito. Gostei da parte sobre mulheres e empreendedorismo. Me senti mais ativa, mais por dentro do que acontece.”
Sua fala revela algo cada vez mais comum: famílias que enxergam a tecnologia como caminho de ascensão social.

“Me abriu os olhos”: Paula Gabriele, 20 anos, estudante em transição de carreira

Paula está migrando de Engenharia Química para Tecnologia. O despertar veio num estágio administrativo dentro de uma área de TI e a palestra consolidou sua decisão. “Eu não sabia nada de tecnologia. Hoje vi que é a área que mais cresce. Quando falaram de tantas possibilidades, inclusive de cursos gratuitos, me abriu os olhos.”

O trecho mais marcante para ela foi a fala de Sylvia sobre mulheres na tecnologia. “Na engenharia, eu era praticamente a única mulher. No meu trabalho atual só tem homens. Quando ela falou disso, mexeu comigo.”
Paula saiu do painel com uma direção. “Agora eu sei por onde começar.”

Conectando o presente das empresas com o futuro dos jovens

A participação do TI Rio no painel do RioSummit 2025 demonstra mais uma faceta da atuação da entidade, que é também estabelecer pontes entre quem contrata e quem está se preparando para ingressar no mercado.

A Pesquisa RH TI Rio 2025 não está apenas nos relatórios, no ambiente técnico ou no retorno ao empresariado e ao setor. Ela ganha vida, ganha voz e se torna instrumento real quando chega a públicos que estão iniciando suas trajetórias. Quando apresentada e bem traduzida, a pesquisa produz informação que orienta, inspira, amplia repertórios e, sobretudo, instrumentaliza. São dados que têm potencial de abrir portas e transformar futuros.

Texto: Bruno Nasser

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