A tecnologia está em constante uso pelos órgãos de segurança pública, como a polícia, os bombeiros ou o Exército. Sensores, sistemas de monitoramento, registro eletrônico de ocorrências e tecnologia da informação (TI) são apenas alguns dos diversos exemplos de inovações utilizadas pelas forças de segurança, que produzem uma extensa gama de informações.
Integrar de forma estratégica todas as tecnologias usadas pelos diferentes órgãos da segurança pública e processar com segurança as informações geradas foi apontado por representantes de conselhos policiais de todo o País como o maior desafio do setor. Eles se reuniram nesta quarta-feira (28), em Brasília (DF), durante a palestra promovida pela quarta Mostra da Base Industrial de Defesa (BID-Brasil).
Segundo o diretor de Tecnologia e Sistemas da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Fernando Antônio Arantes, a autonomia dos órgãos de segurança pública propicia que cada um determine sua própria tecnologia e as soluções que pretendem desenvolver. Apesar da liberdade para atuação, o cenário dificulta a integração do ciclo tecnológico das forças de segurança do País.
“Hoje temos informações circulando a todo tempo, em todo o lugar, e são várias tecnologias utilizadas pelos órgãos. Então, como processar e transmitir todos esses dados diferentes? E como gerar conhecimento com essas informações? Em resumo, o grande desafio tecnológico está na integração, para poder utilizar a tecnologia certa, no momento certo, em benefício da sociedade e do policial”, comentou Arantes.
Um passo nesse sentido foi dado em Belo Horizonte (MG), onde foi feita a contratação do sistema de rádio digital para integrar todas as tecnologias relacionadas a comunicação de voz utilizadas pela Polícia Militar. “Isso foi um avanço. Mas hoje o desafio também é colocar um terminal nas viaturas para possibilitar ao policial ter acesso a consultas imediatas de informações que precisam estar integradas”, apontou.
Novo modelo
Demandas para fortalecer a atuação da segurança pública não faltam. A primeira, na visão de Arantes, seria desenvolver um atendimento móvel para os policiais, colocando nas viaturas todo o aparato necessário para trabalharem. “Computador de bordo, tablets, fazer com que as viaturas possam se conectar a câmeras de monitoramento. Precisamos fazer isso para que o policial, que muitas vezes fica parado em postos, não seja simplesmente como um espantalho no meio dos milharais”, comentou.
Suportar tanta tecnologia também necessitaria de um veículo capaz de comportar todos esses equipamentos. “Por isso que é importante as organizações do governo apresentarem suas demandas aos empresários. Assim invertemos o ciclo natural, que seria as empresas expondo seu produto para a gente se adequar. Agora apresentamos nossa necessidade e a indústria se adequa ao que nós apresentamos.”
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Defesa e Segurança (Abimde), Frederico Aguiar, o desafio no campo empresarial é justamente antever esse tipo de necessidade e como dimensionar e desenvolver as tecnologias em colaboração com os órgãos de segurança pública. Por isso é fundamental a pró-atividade em mostrar quais são as necessidades do setor .
“Para a indústria e fornecedores de serviços, é importante que o governo sinalize o que precisa. Creio que, ressalvadas algumas dificuldades intrínsecas de cada estado, as necessidades podem ser muito similares. Se houver integração das demandas de todas as polícias, para as empresas seria mais palpável dimensionar e atacar o problema de forma macro”, ponderou Aguiar.
Fonte: Agência Gestão CT&I
Data: 28/09/2016
Hora: 17h12
Seção: ——
Autor: Leandro Cipriano
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