Neste momento de múltiplos e extremos desafios para todas empresas de TI do nosso Estado, o TI Rio, em sua missão de apoiá-las, vem desenvolvendo diversas iniciativas, além das que já pratica normalmente. Foi o caso da apresentação de Aldilene Souza, sexta-feira, dia 3/7, sobre SST (Saúde e Segurança do Trabalho), como parte do Fórum sobre a pandemia do Covid19, a “nova normalidade” e as perspectivas decorrentes.
Segundo Luiz Carlos de Sá Carvalho, diretor do TI Rio, “Estamos num momento de angústia e incertezas, em todos os planos — jurídico, econômico, de segurança e principalmente da proteção da saúde e da vida das pessoas. Mas as decisões precisam ser tomadas, decisões de consequências imediatas e futuras. Neste contexto, o TI-Rio vem reforçando seu papel de central de suporte, trocas de experiências e informação — que não se confunde com a “epidemia” informacional, confusa e contraditória em que vivemos. Esta integração sindicato-empresas é vital, neste momento.”
A palestrante do último encontro, Aldilene Souza, é professora e coordenadora do colégio e curso CEM, especialista em administração hospitalar, ergonomista, gestora de segurança do trabalho e diretora da empresa AS Treinamento Comportamental.
Além de apresentar um panorama geral sobre o tema da Saúde e Segurança do Trabalho, neste momento de um possível retorno ao trabalho presencial, diversas colocações da Aldilene foram respostas a perguntas feitas previamente pelos participantes. Foram abordados temas como as responsabilidades das empresas em relação aos empregados e às suas instalações; formas de como melhorar adaptar os ambientes de trabalho, aspectos da legislação, de limpeza, utilização de equipamento de proteção individual (EPI) e higienização pessoal, entre outros.
Segundo ela, o principal desafio para manter as boas práticas de saúde nas empresas é a difusão das informações. É preciso divulgar e tornar as medidas de segurança práticas cotidianas.
Segundo a especialista, a difusão das informações é fundamental tanto na prevenção à doença como ao medo de contágio que ela provoca. Para ela, quem adquire consciência dos procedimentos, sabe evitar situações de risco, como, por exemplo, compartilhar o uso de um elevador. Aldilene crê que o medo extremo vira patologia e, por isso, prega que a difusão das informações é o melhor caminho para permitir que as pessoas façam coisas básicas.
Ela diz que as empresas devem investir em treinamento, para difundir os conhecimentos até que os empregados internalizem como proceder. A presença dos empregados nesses treinamentos, diz, devem ser formalizadas por meio de livros de presença e, se possível, com a emissão de certificados. Essa medida pode ser uma proteção para as empresas em caso de uma possível fiscalização querer aferir quais medidas de segurança a empresa já adotou.
Além disso, devem ter uma comunicação visual eficiente para que os recados sejam sempre relembrados. Segundo Aldilene não há um padrão nessa comunicação e cada empresa deve definir a sua.
No caso de empresas que precisam atender clientes, ela recomenda um roteiro que passa “sempre pelo bom senso” e inclui medidas como manter o distanciamento entre as pessoas, não deixar jamais de usar máscaras, trocar as máscaras a cada três horas e levar sempre o próprio álcool gel, como parte de um kit de higiene pessoal.
Além disso Aldilene recomenda atenção a detalhes que ajudam a entender se o cliente está verdadeiramente preocupado com a segurança. “Partimos do princípio de que todos estamos fazendo o básico. Não há como mandar na casa do outro”, diz. Mas orienta observar indícios como se a empresa cliente busca evitar aglomeração de pessoas por meio de agendamento prévio das visitas, a utilização de tapetes higienizadores ou a medição de temperatura dos visitantes.
Com relação a questões como a do uso de ar condicionado, ela sugere a minimização de riscos por meio da redução dos intervalos de manutenção dos aparelhos. Além disso, recomenda que – sempre que possível – se deixe janelas e portas abertas. Mas lembra que no verão de temperaturas na casa dos 40o as empresas terão que encontrar como se adaptar, lembrando que os equipamentos de TI são geradores de calor e exigem refrigeração para o bom funcionamento.
Aldilene diz que o comportamento humano é mais vilão do que os sistemas de refrigeração na transmissão do Covid-19. Indica a necessidade de adoção de procedimentos como a limpeza de superfícies a cada três horas e ressalta a importância de cada um cuidar de sua estação de trabalho ou mesa. Já para o serviços de limpeza sugere a adoção de tabelas definindo os procedimentos e horários, de forma a virar uma rotina essa higienização.
Um alerta a destacar é quanto ao uso de luvas. “Tem que ter muito cuidado. A luva que limpou o banheiro não pode ser usada para limpar as mesas. Vai transportar o vírus de um lado para o outro. As luvas dão uma falsa sensação de proteção, inibem que se lave as mãos e favorecem a contaminação cruzada de todas as áreas por onde passam.” Outra recomendação geral é a retirada de todos os adornos como uma prática pessoal. Nesse rol estão incluídas alianças de casamentos, anéis, relógios, pulseiras e brincos, por serem objetos onde o vírus pode se alojar.
Aldilene ressalta que, embora as máscaras de proteção contra o Covid19 não sejam EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), cujas normas são definidas no Plano de Proteção de Riscos Ambientais (PPRA), o seu fornecimento é obrigação da empresa. “O correto são três máscaras para cada empregado, pois ao longo de oito horas de trabalho ele precisa trocá-las a cada três horas.”
Quanto às microempresas, são dispensadas dos PPRAs, desde que realizem atividades que não ofereçam riscos. Mas, mesmo assim, alerta para que cada uma se certifique da dispensa, pois em um processo trabalhista pode haver a exigência de documento comprovando.
Ao final do encontro, Sá Carvalho sintetizou, do ponto de vista das empresas, o recado mais significativo da palestrante: “Nem a empresa sozinha, nem as pessoas sozinhas, nem a legislação sozinha darão conta do desafio que temos pela frente. Só uma parceria efetiva entre empresas e colaboradores poderá viabilizar a preservação da saúde e do ambiente de trabalho. O TI-Rio é parte essencial deste esforço.”
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