Paulo Guedes quer diminuir carga tributária para 25 por cento em 10 anos

Durante as reuniões da equipe de transição, ao mesmo tempo que os objetivos do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, agradam aos empresários, causam incerteza sobre a possibilidade de concretização. A proposta dele é conseguir zerar o deficit fiscal do Brasil em um ano e diminuir para 25% a carga tributária em 10 anos. No entanto, essas intenções dividem economistas. Se de um lado, alguns veem a tarefa como quase impossível — na melhor das hipóteses, as projeções apontam que o rombo nas contas públicas só termina em 2022 —, há quem aplauda o empenho de “arriscar para mais” e acelerar o ajuste fiscal, que está sendo feito de forma gradual. 

Paulo Guedes já negou publicamente que vai aumentar impostos durante o governo de Jair Bolsonaro. A área econômica vai ter de se empenhar para reduzir ainda mais os gastos, mirando nas despesas obrigatórias, cuja revisão precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional. A principal medida é a reforma da Previdência, já que os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) consomem mais de 50% do Orçamento federal. 

O controle das contas públicas é um dos desejos dos investidores e empresários, assim como defendem que é preciso ter um ambiente mais favorável para o empreendedorismo. A reforma tributária é outra queridinha do mercado. O tema foi bastante discutido nesta semana no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem as reuniões do governo de transição. 

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que é relator do atual projeto de reforma tributária em tramitação no Congresso, foi conversar com Guedes sobre uma eventual aprovação do texto ainda neste ano, o que incluiria a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que eliminaria vários tipos de tributos, como Cofins, Imposto sobre Produção Industrial (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS).

O economista Marcos Cintra, um dos integrantes da equipe de transição, já se posicionou de forma contrária a criação do IVA. Hauly destacou, porém, que está em discussão com a área técnica do futuro governo. “Acabamos de bater o martelo que vamos reunir as equipes técnicas para consolidar o texto”, disse o deputado. Sobre a possibilidade de um imposto sobre movimentação financeira, o parlamentar ressaltou que não está descartado.

Realidade

Por se tratarem de Projetos de Emenda à Constituição (PEC), a aprovação demandaria o fim da intervenção federal no Rio de Janeiro — que não permite alteração na Constituição. “Já conversamos com o presidente Michel Temer, assim como já argumentamos com o novo governo, sendo que ambos tiveram reações favoráveis. A receptividade no Congresso é enorme”, opinou o deputado Hauly.

Apesar do discurso do parlamentar, não há perspectivas para a aprovação da reforma este ano e a avaliação ficaria para 2019. O futuro ministro da Economia pretende implementar as mudanças na legislação tributária de forma rápida. Com a meta de zerar o deficit no próximo ano, Guedes quer reduzir a carga tributária em sequência. Mesmo assim, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse, durante evento nesta semana, que não vê espaço para redução de carga tributária nos próximos quatro anos. De acordo ele, o ideal seria que uma eventual simplificação de tributos e que deveria ser feita de maneira gradual, posteriormente à reforma da Previdência.

* Com informações do Correio Braziliense

Data: 24/11/18
Hora: 7h
Seção: Economia
Autor: ——
Foto: ——
Link: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2018/11/24/internas_economia,721280/paulo-guedes-quer-diminuir-carga-tributaria-para-25-em-10-anos.shtml

Pesquise no TI RIO