A entrevista concedida por padre Anderson Antonio Pedroso ao Estadão revela a transformação profunda pela qual a PUC-Rio vem passando desde 2022. A mudança combina austeridade administrativa, visão estratégica e compromisso social. Aos 43 anos, jesuíta, designer de formação, com passagem pela Sorbonne e longa atuação comunitária, o reitor tem conduzido a universidade por um ciclo de renovação que devolveu solidez financeira, ampliou projetos sociais e reposicionou a PUC como referência internacional em inovação acadêmica.
Quando assumiu a reitoria, a universidade enfrentava um déficit de cerca de 600 milhões de reais. A resposta foi imediata com corte de cartões corporativos, extinção de cargos, revisão de contratos, reorganização interna e criação de um fundo patrimonial. As medidas foram firmes, mas não apenas contábeis. Combinadas a uma concepção jesuíta de gestão, marcada pela ideia de que os bens administrados pertencem simbolicamente aos pobres, consolidaram uma linha de ação que uniu responsabilidade fiscal, modernização e missão social ampliada.
O impacto dessas decisões se refletiu rapidamente. A PUC-Rio encerra 2025 com o orçamento equilibrado, após economias de dezenas de milhões de reais no primeiro ano de gestão. Ao mesmo tempo, reforça seu papel como líder entre as universidades privadas brasileiras em rankings internacionais e amplia projetos de pesquisa, inovação e impacto social. Entre as iniciativas mais destacadas estão o Biodesign Lab, pesquisas em impressão 3D para a área médica, desenvolvimento de próteses de baixo custo, internacionalização acadêmica e o planejamento do curso de Medicina com foco em saúde pública e atuação em comunidades vulneráveis.
A atuação de padre Anderson também ganhou projeção internacional com diálogo direto com o Papa Francisco, participação ativa na Organização de Universidades Católicas da América Latina e articulação com empresas e poder público em agendas de ciência, tecnologia e educação.
Uma parceria que fortalece o ecossistema de tecnologia do Rio
A gestão de padre Anderson intensificou a aproximação entre a PUC-Rio e o TI Rio, criando uma agenda contínua que impulsiona inovação, formação de talentos e desenvolvimento territorial. A universidade e o sindicato têm atuado lado a lado em iniciativas que passaram a compor a base de fortalecimento do setor de TI fluminense.
A PUC-Rio recebeu a apresentação oficial do Mapeamento da TI do Estado do Rio de Janeiro 2025, reforçando que academia, setor produtivo e governo alcançam resultados mais sólidos quando trabalham integrados. A universidade também contribuiu para o aprimoramento metodológico da Pesquisa de RH TI Rio, ampliando a precisão analítica que qualificaram ainda mais o estudo.
A formação de talentos é outro ponto central dessa parceria. A Turma TI Rio TIC em Trilha ECOA PUC-RJ tem ampliado o acesso de estudantes e profissionais a capacitações estratégicas nas áreas mais demandadas da tecnologia. O programa fortalece competências em inteligência artificial, dados, desenvolvimento e cibersegurança, criando rotas reais de inclusão e empregabilidade. Somam-se a isso outras ações conjuntas, encontros, eventos e programas que elevam o grau de integração entre universidade, empresas e ecossistema de inovação.
Esse conjunto consolidou uma relação fluida e estratégica que fortalece o setor de tecnologia e amplia oportunidades para o desenvolvimento econômico e social do estado. Para o TI Rio, a parceria com a PUC-Rio, sob a liderança de padre Anderson, simboliza um alinhamento essencial entre ciência, educação e economia digital.
Leia a matéria completa no Estadão. Quem é o padre que virou reitor e transformou a melhor universidade privada do País: ‘Sou CEO para os pobres’
Texto: Redação TI Rio