As incubadoras de empresas têm papel essencial no desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente no Brasil, onde as companhias ainda apresentam um baixo índice de pesquisa e desenvolvimento. Quem afirma é Francilene Garcia, presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). “As incubadoras funcionam como engrenagens da relação universidades-empresas, mas é imprescindível que a academia e o setor privado atuem na sua formação e manutenção”, diz.
O país tem 384 incubadoras que abrigam 2,6 mil negócios, com faturamento de R$ 533 milhões. Já “graduaram” 2.509 companhias, que faturam anualmente R$ 4,1 bilhões e empregam 29,2 mil pessoas. Pelo menos mais duas novas incubadoras, no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina, foram reinauguradas ou criadas este ano.
De acordo com estudo da Anprotec, 52% das incubadoras atuam como prestadoras de serviços, 43% na área industrial e 5% no setor de agricultura e agroindústria. A maioria (80%) está ligada a universidades ou institutos de pesquisa e 17% delas são vinculadas a governos municipais. “Entre as iniciativas mais maduras, que atuam há mais tempo na promoção do empreendedorismo, estão a Celta, em Florianópolis (SC); o Cietec, em São Paulo (SP) e a incubadora da Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro.”
Segundo Francilene, as unidades precisam driblar dificuldades de gestão, de financiamento para a criação e consolidação das empresas emergentes, além da falta de uma formação específica para seus diretores. Recentemente, a Anprotec desenvolveu, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), um programa educacional piloto para capacitar empreendedores, gestores de incubadoras e técnicos de instituições de fomento à inovação. “É preciso apoiar a criação de incubadoras que atuem como plataformas locais de desenvolvimento e trabalhem para a transformação de realidades regionais.”
No Rio Grande do Norte, a Incubadora Tecnológica Natal Central (ITNC), criada em 1998, foi reinaugurada após passar por reformas avaliadas em R$ 300 mil. Segundo a gestora Claudine Pinheiro Carrilho, a verba foi usada na ampliação e modernização da unidade. O número de salas para as empresas incubadas subiu de quatro para 13.
A ITNC tem onze incubadas – são startups originadas em pesquisas de alunos e ex-alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e de outras universidades do Estado. Gera 52 postos de trabalho e a maioria das empresas (82%) são da área de tecnologia. Mais duas novas companhias devem ser “incubadas” nos próximos meses, enquanto dois negócios residentes serão “graduados” no início de 2015.
Site: Valor Econômico
Data: 22/08/2014
Hora: 5h
Seção: Empresas
Autor: Jacilio Saraiva
Link: http://www.valor.com.br/empresas/3663392/incubadora-leva-inovacao-ao-meio-empresarial