IBM aposta em receita de $16 bi na área de analytics até 2015

Com aquisições e investimentos pesados, empresa transforma o fornecimento de aplicações de análises de negócios em um dos pilares mais importantes da companhia.

Bilhões de dólares, milhões de horas de profissionais e milhares de projetos na IBM têm o mesmo foco: transformar as montanhas de dados nas organizações em informações úteis.

A IBM vem construindo de forma agressiva um arsenal de tecnologias para ajudar as empresas a tirarem mais valor dos dados que coletam. Quão agressivamente? A Big Blue gastou mais de 14 bilhões de dólares para comprar 24 companhias na área dos últimos cinco anos. Internamente, 200 matemáticos da IBM focam exclusivamente em soluções para análise de dados. Em campo, 8 mil consultores de negócios da área de business analytics e optimization (BAO) entram em cena, buscando ajudar clientes em desafios relacionados a dados.

Tanto investimento não seria realizado sem que um grande retorno fosse aguardado. E as apostas da IBM são altas: a empresa quer um faturamento anual de 16 bilhões de dólares com BAO até 2015.

O crescimento corresponde à crescente demanda por soluções de análises de negócios. A IDC previu que esse mercado deve crescer em média 7% ao ano de 2009 até 2014, com incremento ainda maior esperado nos próximos 10 anos.

“Após três décadas de existência, o mercado de business analytics (BA) finalmente chega a um posto de destaque no mercado, ganhando status de disciplina administrativa”, diz Dan Vesset, vice-presidente da IDC para pesquisas de BA.

O que ajudou aumentar o interesse foi a explosão de dados digitais. As informações armazenadas crescem muito rapidamente. Nos bancos, os dados crescem a uma taxa de 50% ao ano. A IBM estima que 80% dos novos dados não são estruturados e vêm de blogs, e-mail, podcasts, comentários de clientes e vídeos, todos eles oferecendo desafios de análise.

“Nem todos os dados são relevantes ou importantes. Por isso é importante acessá-los, filtrá-los e apresentá-los às pessoas-chave de forma que elas consigam extrair ideias valiosas. Do contrário, as informações são apenas ruídos”, afirma a vice-presidente de Estratégia e Marketing para Business Analytics da IBM, Mychelle Mollot.

Com business analytics, o objetivo é peneirar pedaços de informações de todos os formatos em tempo real. Assim, as áreas de negócios podem disparar ações baseadas nas condições atuais dos negócios e contar com tendências futuras apuradas com mais precisão.

O departamento de serviços para a família do condado de Clark, em Nevada (EUA), por exemplo, usa o software da IBM para aprimorar a entrega de serviços sociais e manter conformidade com as regulações. Painéis de visualização ajudam a supervisionar métricas operacionais, investigações são realizadas em prazos adequados  e as informações sobre problemas familiares e atendimentos estão sempre à mão.

“Projetar painéis de visualização sobre todas as diferentes áreas de negócios e funcionais tornou muito mais fácil nossa vida ao monitorar indicadores de desempenho críticos”, diz Lori Higdon, analista de sistemas sênior do departamento de TI do condado de Clark.

Segundo Higdon, a solução cortou pela metade o tempo de criação de relatórios e ajudou a melhoria de serviços à comunidade como um todo. “A colaboração ocorre em todos os níveis governamentais e ajudam a orientar outras políticas relacionadas”, conta Higdon.

Por que só agora?
As mudanças nos ambientes de TI da companhia também são responsáveis pela emergência das tecnologias de BA. Os usuários finais adotaram um amplo rol de ferramentas para acesso a dados e colaboração, incluindo blogs, wikis e redes sociais, afetando não só como os dados são coletados e padronizados, mas também a forma como o conceito de business intelligence é disseminado. “As pessoas esperam conseguir usar esse tipo de tecnologia para conectar e compartilhar informações em seu dia a dia profissional, não só pessoal. Não dá para ignorar essa dinâmica”, diz Mollot.

Os executivos de negócios, por sua vez, demandam mais inteligência e precisão nas informações. A razão é que os ganhos financeiros associados a uma melhor análise são grandes: elas enxergam oportunidades de cortes de custos sem impacto na receita, determinam melhores fornecedores, reduzem fraude e tráfico de influências, além de aumentar o desempenho da força de trabalho.

Não à toa, BA é prioridade para 50% das organizações, de acordo com a pesquisa da IBM em parceria com o MIT. Entre os três mil executivos de TI ouvidos, 20% dizem estar em pressão intensa para melhorar a abordagem analítica e 60% afirma que sua organização tem muito mais dados do que consegue usar com eficiência.

Estratégia de fusões e aquisições
Toda a estratégia da IBM foi montada com base em aquisições e esforços de integração entre diferentes tecnologias. No final de 2007, foi a Cognos, que custou 5 bilhões de dólares. No ano passado, a empresa de dispositivos de datawarehouse, Netezza, foi comprada por 1,7 bilhão.
Na lista de aquisições importantes está a SPSS, especializada em análises preditivas e que custou 1,2 bilhão de dólares em um movimento considerado chave por especialistas: a aquisição transformaria a IBM em um ator importante no mercado de análises de alto nível.

Outras aquisições menores acrescentaram funcionalidades focadas em diferentes verticais de mercado, mas todas elas são consideradas pela IBM extremamente importantes para que a receita pretendida seja alcançada. E foram elas que possibilitaram à IBM introduzir um terceiro pilar de negócios: além de infraestrutura e serviços, a empresa ganha relevância na área de aplicações.

Site: Computerworld
Data: 13/01/2011
Hora: 8h
Seção: Negócios
Autor: ——
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2011/01/12/ibm-aposta-em-receita-de-16-bi-na-area-de-analytics-ate-2015/

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