Grandes empresas estão lançando programas para se aproximar de startups e, assim, compartilhar da cultura dessas empresas nascentes e desenvolver de forma mais rápida produtos e serviços inovadores.
Porto Seguro, Itaú e Telefônica são exemplos de grandes empresas que tem apostado em iniciativas de inovação aberta.
No final do ano passado, duas iniciativas completaram dois anos: o Cubo, espaço de inovação do Itaú Unibanco, e a Oxigênio, aceleradora da Porto Seguro. E os resultados têm sido positivos. “Sacudimos a nossa estrutura e passamos a acessar soluções inovadoras mais rapidamente”, diz Ítalo Flammia, responsável pela aceleradora da seguradora.
Depois de quatro ciclos de aceleração com 24 startups no total, o executivo conta que cada uma teve uma média de quatro projetos apresentados, sendo que alguns deles foram incorporados ao portfólio de produtos da companhia.
De acordo com Flammia, a seguradora tem participação acionária nas empresas nascentes, mas o foco não é lucrar numa possível venda, mas sim o que ela pode agregar. Ele diz que busca startups com sinergia em produtos e serviços.
Localizado em São Paulo, o hub de empreendedorismo do banco Itaú Unibanco está em processo de ampliação. O novo local ficará na mesma rua do antigo, mas com uma área quatro vezes maior. A capacidade será de 210 startups e a expectativa é que duas mil pessoas passem por lá diariamente.
Embora atue de forma diferente da Oxigênio, ou seja, sem comprar participação acionária nas startups, o objetivo é o mesmo: estar mais próximo do ambiente empreendedor.
Os números conquistados até o momento são satisfatórios. As 79 startups que passaram pelo Cubo conseguiram atrair, durante ou depois da incubação, mais de R$ 150 milhões em aportes de fundos de investimento. Além disso, os empreendedores foram responsáveis pela criação de mais de mil postos de trabalho.
Na mesma linha, o Bradesco anunciou recentemente os planos de também abrir um espaço de empreendedorismo em São Paulo, batizado como Habitat.
Formatos diferenciados
Em 2017, uma pesquisa mostrou que no Brasil há 87 empresas com programas de corporate venture. São iniciativas de promoção da inovação nessas companhias, seja com equipes próprias que criam novas áreas de negócios ou com colaboração externa.
O levantamento aponta empresas de setores que tradicionalmente já investem em pesquisa e desenvolvimento, como as indústrias química e farmacêutica e as de tecnologia. Mas há ainda bancos, varejistas e empresas de educação, por exemplo, o que reforça a percepção de que esse é um movimento já disseminado em diversos setores da economia.
O fundador da Altivia, Cassio Spina, avalia que os investimentos por parte das corporações tendem a crescer. “Ainda estamos um pouco defasados em relação a outros países, mas nos próximos anos o corporate venture capital [quando empresas têm participação societária nas startups] deve ser mais significativo”, diz o especialista, que também é investidor anjo.
Movimento global
Aproximar os times de empreendedores de negócios nascentes e os executivos das grandes corporações é uma prática comum em outros países. Shell, P&G, Nike e Disney já atuam com inovação aberta por meio de incubação ou aceleração.
A Telefônica também participa desse movimento. Telefónica Open Future é a plataforma global que agrupa todas as iniciativas e projetos desenvolvidos pelo grupo espanhol no campo da inovação. No Brasil, a iniciativa mais relevante dentro do programa é a incubadora e aceleradora Wayra.
De acordo com a companhia, só em 2016 foram injetados 166 milhões de euros em aportes em empresas nascentes. Por meio do fundo Amérigo, esse valor beneficiou mais de 1.500 startups pelo mundo.
Texto com informações do site DCI
Fonte: DCI
Data: 15/01/2018
Hora: ——
Seção: Inovação
Autor: —–
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Link: https://www.dci.com.br/impresso/aproxima%C3%A7%C3%A3o-com-startups-beneficia-grandes-empresas-1.676546