Fornecedores de ERP apostam em nuvem para atrair PMEs

Apesar dos pesares, a crise europeia e outras intempéries do mercado global não interferiram agressivamente nos negócios em torno do mercado de ERP (enterprise resource planning). Os projetos se mantêm com todo vigor e, segundo o Gartner, o segmento movimentou globalmente algo como US$ 24,5 bilhões no ano passado, desempenho que deve crescer cerca de 3% em 2013.

Do total dos negócios fechados no mundo, a América Latina respondeu por US$ 1,6 bilhão e o Brasil encerrou o período com um desempenho de US$ 940 milhões, informa a consultoria. Por aqui foi registrada uma expansão variando de 13% a 15% ao ano, desempenho que deve se repetir em 2013, de acordo com a IDC.

Esses são números nada desprezíveis quando comparados a outros setores da indústria de tecnologia da informação e comunicação (TIC). E as oportunidades são crescentes. “Ainda há empresas procurando por ERP pela primeira vez. Exemplo disso são as pequenas organizações nos Estados Unidos”, indica Charles Eschinger, analista do Gartner.

Nichos de mercado

As oportunidades surgem principalmente a partir da nova realidade tecnológica, onde reinam temas em torno da computação em nuvem e de mobilidade. “O momento é de revisão. Muitos têm ERP há algum tempo e agora pensam em mudar, evoluir, já considerando a infraestrutura de cloud computing”, avalia Anderson Figueiredo, analista da IDC Brasil.

“Na América Latina há empresas que precisam de automação e colaboração, especialmente aquelas companhias que estão se tornando globais”, pondera Eschinger.

Cloud computing

Pequenas e médias empresas são um mundo a parte no universo ERP, praticamente inexplorado e com grande potencial de expansão nesse segmento. A chance de sucesso dessa vez está ancorada na infraestrutura de cloud computing, que carrega o modelo de negócio baseado no pagamento sob demanda, ou seja, o usuário deixa de pagar pelo número de licença.

“Além disso, estando em cloud, o usuário pode acessar as informações remotamente, usando dispositivo móvel”, reforça Ricardo Tiroli, gerente de Produtos da CGI, integradora de soluções e provedora de serviços no modelo de outsourcing.

Já no segmento de grandes corporações, a alavanca, ao longo de 2013, serão as inovações no core dos sistemas, integrando o ERP com aplicativos analíticos e de relacionamento com o cliente (CRM), entre outras soluções. 

Ranking

Mas nem mesmo esta quebra de paradigma deve mudar o curso desse segmento, liderado, segundo o Gartner pela SAP, Oracle, Microsoft e Infor, nesta ordem. “O market share inclui novas licenças, manutenção e serviços em geral. A Infor não tem crescido como os demais vendors, mas usa a base instalada para ofertar de novos produtos e serviços”, indica Eschinger.

No mercado brasileiro, pesquisa divulgada pela FGV no ano passado, indicava que 82% dos negócios eram dominados por três fornecedores: Totvs, SAP e Oracle. Na média geral, a Totvs tinha 38% do mercado, seguida pela SAP (28%) e pela Oracle (16%).

Em uma subdivisão criada na edição de 2011, o estudo mostrou que, entre as grandes empresas, a SAP tinha 51% de mercado, seguida pela Oracle e Totvs, ambas com 21%. Já entre as pequenas empresas, o domínio da Totvs era inegável: 53%.

Fernando Meirelles, professor da FGV e coordenador da pesquisa, também chamou a atenção para a queda da Infor, que até 2011 tinha 5% do mercado brasileiro e, em 2012, viu sua participação cair e diluir-se no que a pesquisa chamou de “outros”.

Site: Computerworld
Data: 15/05/2013
Hora: 7h30
Seção: Negócios
Autor: ——
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2013/05/15/fornecedores-de-erp-apostam-em-nuvem-para-atrair-pmes/

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