
Em 1995, o lançamento do Windows 95 foi celebrado como um marco na popularização da computação pessoal. A introdução do menu Iniciar, da barra de tarefas e de uma interface mais amigável prometia uma nova era digital. Mas, na prática, instalar o sistema era uma verdadeira odisseia, exigia paciência, conhecimento técnico e uma boa dose de sorte.
Como relembra uma reportagem da IGN Brasil, a instalação era tão complexa que a própria Microsoft produziu tutoriais em VHS para ajudar os usuários a navegar pelas etapas. Era preciso lidar com configurações de BIOS, disquetes de boot e longos códigos de autenticação. A promessa de “Plug and Play” — conectar e usar — era, na prática, um “Plug and Pray”: reze para funcionar.
Trinta anos depois, em 2025, a relação entre pessoas e tecnologia mudou radicalmente. A instalação de sistemas agora é praticamente automática, e até mesmo tarefas mais complexas, como organizar uma viagem internacional, gerar um relatório financeiro ou criar um plano de estudos, podem ser feitas apenas com comandos de voz ou uma troca de mensagens por aplicativos.
Hoje, basta dizer “quero viajar para Buenos Aires no próximo feriado” para que uma inteligência artificial verifique voos, reserve hotéis e organize o itinerário conforme suas preferências anteriores. Não é preciso abrir abas, preencher formulários, nem instalar softwares, o trabalho pesado fica por conta do algoritmo. O que antes exigia horas e certa habilidade com planilhas e buscadores, agora é resolvido em segundos por um assistente virtual.
Essa transformação marca uma mudança de paradigma: a tecnologia deixou de ser um sistema que o usuário precisa dominar, e passou a ser uma camada invisível que entende e responde às suas intenções. Não é mais sobre saber usar o computador, é sobre conversar com ele.
O salto técnico é impressionante, mas o salto cultural é ainda maior. Em 1995, o desafio era entender a máquina. Em 2025, a máquina entende você. A interface gráfica, que antes era uma barreira, agora desaparece. A inteligência artificial assumiu um papel de bastidor, atuando com precisão e discrição, como um assistente que já sabe o que fazer antes mesmo que você termine de pedir.
Claro, a IA ainda enfrenta limitações. Erros acontecem, contextos são mal interpretados, e o fator humano continua essencial em muitas decisões. Mas a comparação com o passado deixa claro o quanto a tecnologia deixou de ser um obstáculo para se tornar quase mágica.
Se em 1995 a experiência de “usar o computador” podia começar com uma tela azul, em 2025 ela começa com uma simples pergunta. E, muitas vezes, termina com tudo resolvido, sem que você sequer precise tocar no mouse.
Texto: Redação TI Rio