O mercado brasileiro de data centers vive um momento de expansão sem precedentes, com destaque para a Engemon, empresa especializada em engenharia e construção desses empreendimentos, que projeta crescer acima da média do setor nos próximos anos.
Segundo matéria da VEJA, atualizada em 23 de julho de 2025, a Engemon mantém atualmente 50 unidades em funcionamento, com mais 40 unidades em construção e seis projetos em fase de implantação. Aproximadamente 70% da receita da companhia deriva exclusivamente dessas operações. A expectativa interna é crescer cerca de 20% ao ano, acima da estimativa de 12% a 15% do mercado como um todo.
O diretor de projetos da empresa afirma que a Engemon atua de ponta a ponta na cadeia de valor dos data centers: desde a seleção de terrenos, passando por projeto, construção, certificação, até entrega da operação consolidada. A empresa tem se posicionado como parceira de grandes investidores interessados em projetar e operacionalizar centros de dados no país.
Brasil como destino estratégico na revolução digital
De acordo com reportagem da Reuters, o Brasil vem se consolidando como um hub regional de infraestrutura digital, atraindo bilhões em investimentos graças à sua matriz energética limpa e à alta demanda por serviços de IA e computação em nuvem. Grandes empresas como Equinix, Ascenty, ODATA e Elea estão ampliando operações em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, e novos projetos de grande porte estão sendo anunciados.
Fabricantes estrangeiras também têm interesse crescente: a Huawei, por exemplo, demonstrou intenção de oferecer soluções completas para data centers no Brasil, dependendo do avanço das políticas de incentivo fiscal previstas pelo governo federal.
Desafios e oportunidades na infraestrutura energética – O crescimento acelerado enfrenta obstáculos logísticos, especialmente na oferta de energia. Embora o Brasil detenha uma abundante reserva de energia renovável (especialmente na região Nordeste) ainda há limitações na rede de transmissão, que precisam ser ultrapassadas para atender à demanda crescente de infraestrutura digital. Dados recentes mostram que a demanda por energia nos data centers já migrou de racks padrão de 6 kW para centenas de megawatts por unidade.
Apesar disso, o setor segue confiante. O governo brasileiro anunciou planos para atrair até R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década, com incentivos fiscais para bens de capital e equipamentos relacionados à instalação de data centers, reforçando o otimismo do setor.
A aceleração do setor de infraestrutura digital no Brasil reflete uma transformação global impulsionada pela expansão da inteligência artificial, do big data e do edge computing. Enquanto o mundo projeta US$ 1,8 trilhão em investimentos até 2030 e o consumo global de energia em data centers deve crescer 16% ao ano, estimativas apontam que a América Latina, e em especial o Brasil, tem potencial para experimentar crescimento acelerado nessa área estratégica.
Texto: Redação TI Rio – com informações da VEJA e da Reuters