Os investimentos maciços das gigantes da tecnologia em infraestrutura de nuvem e inteligência artificial — que somaram mais de US$ 600 bilhões nos últimos dois anos — começam a mostrar retorno e a validar a estratégia agressiva de capital (capex) adotada pelo setor. Microsoft, Google, Amazon e Meta apostaram que a demanda crescente por processamento e armazenamento, especialmente impulsionada pela IA, justificaria o gasto histórico. Agora, os números confirmam a previsão.
Segundo dados do UBS, os resultados mais recentes mostram um salto expressivo tanto nos aportes quanto nas receitas:
- Microsoft: aumento de 38% no capex e crescimento de 34% na receita cloud (Azure);
- Google: alta de 35% no capex e avanço de 31% na receita cloud (Google Cloud);
- Amazon: disparada de 80% no capex e incremento de 18% na receita da AWS.
A movimentação reforça que cada dólar investido em servidores para IA encontra rapidamente destino no mercado — seja para alimentar modelos generativos, hospedar sistemas corporativos ou escalar plataformas digitais.
Capex em alta, mas com custo
O apetite por infraestrutura não vem sem efeitos colaterais. O aumento de capex pressiona margens de lucro, já que eleva as despesas de depreciação. Para equilibrar as contas, as empresas têm adotado duas estratégias: investir em P&D para estender o ciclo de vida dos servidores e reduzir custos operacionais (Opex), muitas vezes via cortes de pessoal.
Perspectiva de crescimento acelerado
As projeções do UBS indicam que a corrida está longe de desacelerar. O investimento global em data centers e servidores deve atingir US$ 375 bilhões em 2025, alta de 67% sobre 2024, e US$ 500 bilhões em 2026, com mais 33% de crescimento.
Para especialistas, a continuidade dessa expansão dependerá, em grande parte, do apetite de startups e corporações por soluções baseadas em IA, um setor cuja demanda por poder computacional ainda está em curva ascendente. “Enquanto a inteligência artificial seguir se sofisticando, as big techs terão estímulo para manter esse ritmo de expansão”, avalia o UBS.
Com a infraestrutura como peça central da nova economia digital, o trem do capex segue a todo vapor, e todo o ecossistema tecnológico ao redor, de fabricantes de chips a provedores de energia, deve seguir embarcado nessa viagem.
Texto: Redação TI Rio