Após seis meses de operação no Brasil, a Amazon Web Services (AWS), braço da varejista norte-americana de e-commerce para prestação de serviços de TI na nuvem, percebeu que precisa estar mais próxima dos clientes locais com estrutura própria e depender menos do atendimento via matriz nos Estados Unidos. A companhia está montando um time de especialistas para incentivar a compra de hardware e software de acordo com o consumo.
Ainda não é uma estrutura de suporte local em português, esclarece José Papo, engenheiro de software, que responde pelo cargo de Evangelista Técnico da AWS para a América Latina. Esse serviço continua sendo prestado pela sede ou por alguns parceiros credenciados no País. O que a companhia está criando num primeiro momento é um time de arquitetos, com habilidade em projetos na nuvem.
O executivo explica que ainda há muitas dúvidas sobre os serviços de nuvem. “O conceito ganhou mais maturidade e os CIOs estão procurando mais cloud computing”, afirma. Entretanto, observa que os gestores de TI não entendem muito como funcionam esses recursos e sentem receio quanto aos aspectos de segurança, principalmente quando se trata de redes públicas. “Estamos mostrando para o CIO que a nuvem da Amazon é até mais segura que um data center”.
Os profissionais que vão apoiar os clientes estão sendo contratados no País com a missão de prestar todos os esclarecimentos sobre a entrada deles na nuvem. “Vamos ter no Brasil um time de arquitetos com foco nos clientes”, informa Papo, anunciando que a estrutura local vai aumentar, embora não revele tamanho da equipe nem quantos talentos a companhia pretende contratar para essa nova área da AWS Brasil.
O executivo justifica que a AWS cresceu rapidamente no Brasil, sinalizando que a operação está agradando o fundador e CEO do grupo Amazon, Jeff Bezos, sem mencionar volume de negócios nem clientes conquistados nesse meio ano de atuação em solo nacional. Ele apenas destaca que entre os novos contratos fechados para serviços na nuvem estão o varejista Alô Bebê, o Terra e Itaú Cultural.
Um dos termômetros de que a AWS avançou na nuvem brasileira, segundo Papo, é a quantidade de parceiros que empresa atraiu nos últimos seis meses para ampliar o seu ecossistema. “Temos 40 novos parceiros que estão ajudando nossos clientes a reduzir custos com TI”, afirma. Essas empresas são fornecedoras de software e integradores de sistemas. Entre as quais estão a Oracle, Microsoft, Infor, Accenture, Deloitte, Ci&T e Lumis.
A intenção da companhia é de expandir as alianças no Brasil. “Temos uma demanda grande de clientes e estamos aprimorando o nosso modelo de parcerias para ganharmos mais capilaridade”, informa, destacando que a companhia quer expandir presença fora dos eixos São Paulo e Rio de Janeiro.
Modelo de contratação
A AWS iniciou operação no Brasil em dezembro de 2011, quando anunciou que o País seria sua porta de entrada na América do Sul. Até então, a empresa vendia seus serviços de nuvem para companhias da região, usando data centers dos Estados Unidos ou de outros países.
Com a vinda para cá, a empresa passou a contar com sites instalados em São Paulo. Hoje a AWS utiliza três data centers, localizados estrategicamente no mercado paulista, que segundo fontes do mercado, são espaços de terceiros.
Quando chegou ao Brasil, concorrentes alegaram que, apesar da estratégia de preços agressivos, a AWS estava presente aqui apenas operacionalmente. As questões de pagamento e suporte estavam sendo remetidas para a matriz. Havia reclamação de que o atendimento era em inglês.
Papo afirma que hoje a AWS tem uma estrutura de suporte técnico de primeiro nível em português nos Estados Unidos para os clientes brasileiros. Ele explica que a companhia oferece três formas de contratação dos serviços.
Os pequenos negócios e profissionais liberais ativam o serviço pela internet e pagam com cartão de crédito, em dólar. As grandes companhias globais faturam diretamente com a sede nos EUA, também na moeda americana. Já as grandes que precisam fazer contratos em real, recorrem a um dos parceiros no Brasil, como é o caso da Dedalus, que é uma espécie de revendedor que adiciona uma camada de serviços à sua oferta e cuida da parte administrativa, oferecendo suporte técnico local.
Site: IDG Now
Data: 10/05/2012
Hora: 14h05
Seção: TI Corporativa
Autor: Edileuza Soares
Link: http://idgnow.uol.com.br/ti-corporativa/2012/05/10/amazon-cria-time-de-arquitetos-no-brasil-para-servicos-de-nuvem/